COMO ERA O NAMORO D'ANTANHO

 

Como recordar é viver, vamos relembrar como
era romantico o namoro d'antanho...
Eram outros tempos...
Ficava melhor namorar, quando não se "ficava"...

COMO ERA O NAMORO D'ANTANHO
Marcial Salaverry 
Esperando, ela à janela ficava,
e para ve-lo sorrir sempre aguardava...
Ele aparecia sorrindo, e ao sorrir para ela,
tinha o desejo de ser seu namorado...
Ficava emocionado ao ve-la ruborizar-se naquela janela,
por todas as vezes em que por lá tinha passado...
Ele vinha apressado, sempre elegante,
de terno e gravata, cabelo impecável,
barba bem feita, sapato lustroso...
Desejava ver seu doce sorriso,
e quando ela sorria, apesar de emocionado,
permanecia imperturbável,
mantendo as aparências,
ainda que com o coração disparado,
batendo totalmente descontrolado...
Aquele passeio, no vai e vem na calçada,
era o jeito de trocarem pelo menos
doces e enamorados olhares,
e até mesmo um doce sorriso,
por ser impossível manter o siso...
Esse amor à distancia,
sempre causava aquela ânsia,
fazendo sonhar com o momento
de acontecer o sonhado beijo,
que a fazia corar de desejo,
mas que ficava só no pensamento,
sendo esse o chato lamento
que aos enamorados perturbava,
no sonhado sonho de obter além do olhar,
um sorriso, um aperto de mão, e poder beijar,
mas era "de lei", pelo momento sonhado,
esperar com aquele desejo tão anelado...
Depois de um bom tempo,
se não houvesse contratempo,
podia-se pensar em noivado e casamento...
Era assim o namoro d'antanho, tudo com muita seriedade,
até selar com o casamento, e aí, quanta felicidade...
 

 

 

Marcial Salaverry


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